Critica de Agrônomo à administração do Parque Josefa Coelho

sexta-feira, 11 de março de 2011

Reproduzo texto do agrônomo Emílio Luiz extraído do blog do jornalista Carlos Britto http://www.carlosbritto.com

Leitor do Blog denuncia (outra vez) abandono do Parque Josepha Coelho

O Engenheiro Agrônomo e leitor do Blog, Emílio Luiz, nos escreve um artigo relatando o criminoso abandono do Parque Josepha Coelho em Petrolina. Pelo visto a cidade inteira já viu osso. Menos a Prefeitura.

Leiam:

Gostaria de sugerir aos secretários municipais, vereadores, prefeito, entre outras autoridades da nossa cidade, que abram um pequeno espaço de tempo nas suas atribuladas agendas e façam uma visita ao único parque que existe na nossa cidade, o parque Josefa Coelho.

Lá, eles poderão observar “in loco”, o total abandono que vive o que poderia ser um dos cartões postais de Petrolina. Alambrados dos campos de futebol desmoronando, plantas que morreram por falta d água, lixo por todos os lados, pistas de caminhada esburacadas, campos de futebol que, devido aos buracos, viraram piscina nessa época de chuvas, entre outros.

Mas tudo isso passa alheio ao poder público municipal, que se faz de cego para os problemas. Certo dia encontrei com um assessor de um vereador da situação e comentei com o mesmo a situação do parque, e ele me respondeu que outras pessoas já haviam feito essa reclamação, e que ele pessoalmente foi ao parque, e não viu nada anormal (o oftalmologista dele deve ser o mesmo que está no cargo mais alto do poder público municipal).

O que mais chama a atenção é que Petrolina se auto intitula “Capital da Irrigação”, mas o que vemos é uma área urbana desprovida de áreas verdes. Temos abundância de tecnologia para irrigação, água, fertilizantes, técnicos, mas o poder público é incapaz de usar isso em prol de um bem comum, porque nem um simples sistema de irrigação existe no parque. Só ainda restam árvores, graças às chuvas do final de 2010 para cá, porque várias delas pereceram durante o período da estiagem.

Em meados de 2004, havia um projeto nessa cidade chamado “Adote o Verde”, que no primeiro momento contou com 80 estudantes, que ajudavam a plantar espécies nativas em praças, ruas e avenidas da cidade. Esse projeto visava, além da preocupação com o meio ambiente, desenvolver nas crianças e adolescentes a chamada “consciência ecológica”. Mas esse programa, nos últimos anos, pelo que vemos, foi abandonado pelo município.

Um índice (discute-se se este foi estabelecido pela ONU) sugere 12 metros quadrados de área verde por habitante para que haja equilíbrio entre a quantidade de oxigênio e gás carbônico. Se incluirmos todas as atividades com combustão (indústria, tráfego, atividades domésticas) este índice se eleva para 75 metros quadrados por habitante.

Praticamente todas as cidades brasileiras acusam menos de 5 metros quadrado por habitante, portanto, elas são deficientes em áreas verdes, fato que se explica pela falta de conhecimentos da importância das áreas verdes por parte das autoridades. Entretanto, temos exceções, como Goiânia, que é considerava a cidade mais verde do país, com 0,8 árvores por habitante, ou 94 metros quadrados de mata verde por habitante. Só para comparação, Edmonton no Canadá, que é mais verde do planeta, tem 100 metros quadrados por habitante.

Arborizar, não é só plantar, mas seguir um cronograma de atividades de manutenção, cabendo ao órgão público criar os meios que viabilizem a sua execução. Agora, como já está mais que provado que o poder público de Petrolina é incompetente na arte do gerenciamento, fica a sugestão de oferecerem ao governo do Estado à administração do parque Josefa Coelho, assim como já entregaram a administração do Hospital e a realização do carnaval da cidade.

Emílio Luiz

Engenheiro Agrônomo

Petrolina – PE