A cidade não para

quarta-feira, 31 de agosto de 2011


Moro em Petrolina, Sertão Pernambucano, uma cidade de interior Margeada pelo rio São Francisco e um dos maiores pólos de agricultura irrigada do país.
Há pouco mais de um mês estava com meu irmão no trânsito e pegamos um congestionamento que fez com que perdêssemos cerca de uns 25 minutos parados na Avenida Guararapes. Um leitor desavisado, oriundo de uma cidade grande vai dizer "E daí, eu perco horas no trânsito da minha cidade e vem essa chorando por meia horinha".
E ele vai estar absolutamente certo, é pouco tempo mesmo, comparado ao trânsito das grandes cidades, no entanto essa meia horinha de conversa com meu irmão serviu para fazer uma reflexão sobre uma cidade interiorana que se vê, repentinamente, as voltas com problemas das grandes cidades
Temos hoje, segundo o último censo, 293.926 habitantes. Esse número significa um aumento de 26% desde o censo de 2000. A imensa maioria dessa população (74,6%) se encontra na área urbana, uma vez que nossas principais fontes de renda vem do setor de serviços e da Agropecuária que aqui possui uma característica diferenciada, uma vez que temos um grande número de empresas instaladas para a exploração da agricultura irrigada e que utilizam o trabalho de homens e mulheres que fazem diariamente o trajeto setor urbano-setor irrigado.
O aumento de investimentos no setor irrigado e a busca por áreas que alcancem níveis de desenvolvimento mais acelerados e mais postos de trabalho, entre outros fatores, geraram o acelerado processo de aumento populacional e a demanda de investimento em equipamentos públicos e infraestrutura de suporte ao mesmo.
Temos uma noção mais concreta desse crescimento se o compararmos ao de algumas capitais da região. Nessa mesma década cidades como Salvador e Recife cresceram 8% cada e Aracaju 19%. A cidade de São Paulo cresceu 7,5% desde 2000. 
Infelizmente, na contramão do adensamento populacional, o volume de investimentos em áreas como transporte, saúde, educação e saneamento é cada vez mais insuficiente.
Todo esse contingente populacional, que vê em Petrolina a possibilidade de melhores condições de vida sem ter que sair do Nordeste ou do seu estado natal, é negligenciada.
No meio da conversa ele sugeriu que escrevesse sobre isso no blog, eu gostei da ideia, mas, como sempre preguiçosa, fui adiando. Hoje entrei numa overdose produtiva, aquela fase que te dá vontade de fazer tudo e, repensando a proposta, fui pensar no formato. Achei por bem dividir em áreas, senão vira uma salada, o post fica monstruosamente extenso e ninguém entende nada. Tenho a sincera esperança de levar a cabo a missão, caso a preguiça volte, por favor, cobrem...
Percebi que o melhor é fazer uma série de posts com o que eu avisto daqui, dessa margem do Velho Chico e seguir Chico Science quando dizia que " Ilusora de pessoas de outros lugares, a cidade e sua fama vai além dos mares. E no meio da esperteza Internacional a cidade até que não está tão mal. E a situação sempre mais ou menos. Sempre uns com mais e outros com menos"
É amigos, a cidade não para. Vamos em frente!!!
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Em tempo: Agradecimento especialíssimo às palavras da querida Gildenize sobre o bloguinho. São esses comentários que me renovam o ânimo pra escrever e massageiam o ego. #AmoMuito

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