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O CHICO

quarta-feira, 17 de agosto de 2011



Em dívida com o bloguinho, decidi postar um vídeo de Se eu soubesse, de Chico Buarque com participação de Thaís Gulin no novo cd CHICO.


A princípio ia apenas postar o vídeo mas acabei sucumbindo a tentação de dizer o que achei do cd que, diga-se de passagem, não para de tocar no meu player.


Obviamente ressalto que corre léguas de mim o desejo de fazer uma crítica musical, não tenho envergadura pra tanto, são apenas pequenas impressões de uma apaixonada por música e por Chico o que, por sí só, já denota o quão tendencioso é esse post.


Achei o cd bem leve, delicadinho mas com algumas marcas musicais interessantes, como na sua Rubato, uma marchinha bem humorada sobre amor e música e em Tipo um baião que tem uma quebra de ritmo gostosa. A dulcíssima Nina, uma valsinha, levemente melancólica. Sem você2 que dá uma lembrada na bossa nova e seria a sequência da outra, de Tom e Vinícius . Essa pequena, um blues-declaração de amor. Barafunda, um sambinha do esquecimento, quase uma biografia confusa, Sou eu uma regravação de uma parceria com Ivan Lins que também já foi gravada por Diogo Nogueira (muito bom) e chegou a ser o título do cd deste e Sinhá a mais engajadinha, por assim dizer, que lembra bem o rítmo de um afoxé e tem letra que diz da paixão de um escravo e uma branca e as consequencias desse amor.


Pra mim esse é um CD apaixonado, simples assim. Eu acho que tem referências em grande parte das músicas à um certo boato, à uma certa mulher. Mas as músicas poderiam ser lidas por vários casais como "a sua música". O vídeo abaixo certamente será "adotado" por um sem fim de amantes arrependidos, tardiamente, do primeiro flerte.


Chico tem essa marca, de envolver a gente, de nos fazer parte, do 'Como eu não pensei nisso antes' imediatamente seguido do 'Só podia ser Chico Buarque'.


Acho o cd despretensioso, músicas curtas, temas banais, quase monotemático.


Mas afirmar essa intenção ou um cd declaração seria querer entender Chico e eu não ouso tanto, mas ouço esse presente de coração aberto e um leve sorriso esboçado no canto da boca.




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P.S.: Ouçam também o Diogo Nogueira e a Thaís Gulin. Eu tenho ouvido e gostado, cada um na sua praia...

O arrebatador Chico Buarque: Gení e o Zepelin

sábado, 21 de maio de 2011

Música de Chico Buarque, parte da famosa peça Calabar. Com as devidas desculpas e resguardadas as devidas proporções, considero, segundo a minha leitura, a imagem do tal arrebatamento. O senhor do universo, entre tantos cumpridores das normas por eles presumidas, são preteridos em detrimento daquela que estava no meio do povo, sem preconceitos, sem elitismos. Dá-se, não apenas o corpo, entrega um pouco de sí a todos. Já que anunciaram o fim do mundo pra hoje, não morro sem dar minha impressão de como ele deveria ser. E Tenho Dito!!!

De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada.
O seu corpo é dos errantes,
Dos cegos, dos retirantes;
É de quem não tem mais nada.
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina,
Atrás do tanque, no mato.
É a rainha dos detentos,
Das loucas, dos lazarentos,
Dos moleques do internato.
E também vai amiúde
Co'os os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir.
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir:

"Joga pedra na Geni!
Joga pedra na Geni!
Ela é feita pra apanhar!
Ela é boa de cuspir!
Ela dá pra qualquer um!
Maldita Geni!"

Um dia surgiu, brilhante
Entre as nuvens, flutuante,
Um enorme zepelim.
Pairou sobre os edifícios,
Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim.
A cidade apavorada
Se quedou paralisada
Pronta pra virar geléia,
Mas do zepelim gigante
Desceu o seu comandante
Dizendo: "Mudei de idéia!
Quando vi nesta cidade
Tanto horror e iniqüidade,
Resolvi tudo explodir,
Mas posso evitar o drama
Se aquela formosa dama
Esta noite me servir".

Essa dama era Geni!
Mas não pode ser Geni!
Ela é feita pra apanhar;
Ela é boa de cuspir;
Ela dá pra qualquer um;
Maldita Geni!

Mas de fato, logo ela,
Tão coitada e tão singela
Cativara o forasteiro.
O guerreiro tão vistoso,
Tão temido e poderoso
Era dela, prisioneiro.
Acontece que a donzela
(E isso era segredo dela),
Também tinha seus caprichos
E ao deitar com homem tão nobre,
Tão cheirando a brilho e a cobre,
Preferia amar com os bichos.
Ao ouvir tal heresia
A cidade em romaria
Foi beijar a sua mão:
O prefeito de joelhos,
O bispo de olhos vermelhos
E o banqueiro com um milhão.

Vai com ele, vai Geni!
Vai com ele, vai Geni!
Você pode nos salvar!
Você vai nos redimir!
Você dá pra qualquer um!
Bendita Geni!

Foram tantos os pedidos,
Tão sinceros, tão sentidos,
Que ela dominou seu asco.
Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco.
Ele fez tanta sujeira,
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado.
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir,
Mas logo raiou o dia
E a cidade em cantoria
Não deixou ela dormir:

"Joga pedra na Geni!
Joga bosta na Geni!
Ela é feita pra apanhar!
Ela é boa de cuspir!
Ela dá pra qualquer um!
Maldita Geni!

Sem pressa...

sábado, 4 de dezembro de 2010

"Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você"


O beijo, Gustav Klimt
Futuros amantes, Chico Buarque

Na boca do Povo: Cantando...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Adoro música. De tempos em tempos vou fuçando, vendo umas coisas. Foi assim minha fase Camille, Carla Bruni, Ana Cañas, Chicas e, mais recentemente, Maria Gadu e Roberta Sá. no meio disso tudo achei esse clipe da Roberta com o Chico e de uma música que eu não conhecia.

A música é bacana, trata bem daquela idéia do blog, de falarmos de tudo, arte política, literatura. E sob a ótica de ampliar os palcos de debate desses assuntos. Espero que o blog fique assim, "No palco, na praça, no circo, num banco de jardim: CANTANDO..."

Como estou corrrendo com o fechamento do meu planejamento e a organização das próximas aulas, fica esse vídeo e a promessa de que em breve escrevo um post de verdade, kkk.

Bjins