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O mundo vai girando cada vez mais veloz...

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Existem leis que regem a comunicação. A impessoalidade é uma condição. A separatividade e a ignorância são o pecado num sentido geral. E a loucura é a tentação de ser totalmente o poder.
Clarisse Lispector

A internet se tornou a grande coqueluxe do mundo globalizado.
Se previssemos a história da comunicação, como poderiamos imaginar que nesse curto período de tempo (histórico) desde o surgimento das pinturas rupestres, poderiamos nos expressar de forma tão eloquente e com um alcançe tão maximizado como com a Internet?
Ao longo da campanha eleitoral me dei conta da força dessa midia. Ví a fantástica cruzada dos "Guerrilheiros virtuais" (Dentre os quais, modestamente, tomo a ousadia de me incluir) contra o já falido esquema ofensivo da grande mídia à organização das forças populares e como, cada um, de sua casa, conseguiu auxiliar a continuidade do rumo da história do país.
Há alguns meses, numa roda de amigos, discutiamos qual a necessidade de estarmos presentes em tantas redes de relacionamento e se essas mesmas redes não fariam com que perdessemos o prazer do Com Viver, do estar com, do com Tato, da proximidade real que aqui não experimentamos. Além disso discutia-se qual a necessidade de se ver sua vida exposta, em 140 caracteres, com coisas inúteis e pessoais, parte indispreendível da nossa vida privada.

Ops, não experimentamos?
Temos vida privada?
A que se destina nossa tão aclamada privacidade?

Essas perguntas se tornaram mais eloquentes essa semana ao recebermos a mais nova peraltice dessa criança, intrépida, hiperativa e ilimitada: A Wikileaks.
A Wikileaks é um bebê de 4 anos de idade, uma empresa cuja finalidade é expôr documentos secretos de governos e preservar a identidade de informantes. (E olha que isso é um contrassenso...)
Os rumos da mídia digital são, inegávelmente, direcionados à exposição. Exposição de idéias, de informações, de fatos. A idéia de reality, tão explorada pela Tv ,se aprimora nessa mídia, nas redes de relacionamento, no passo à passo diàrio dos Twitter's da vida.

Ora, então a internet é má???

NÃO
Não é, e isso é um contrassenso ainda maior!!!
Assim como no meu microblog eu exponho o que quero, como escrevo aqui o que me dá na telha, se as mensagens instantâneas do meu bate papo virarem públicas, eu ainda vou ter a liberdade de expressar só o que desejo. Se, ao contrário, eu fechar o cerco à informação e ao debate, verdades escabrosas de farsas montadas com interesses unilaterais que acabam sempre por acontecer e que nós, reles mortais, não descobrimos continuaram envoltas na névoa da nossa ignorância. A onda do Wikileaks traz a perspectiva de podermos abrir a caixa preta das maiores fontes de poder do mundo o que é um dos feitos mais almejados ao longo da história mundial.
Esse conhecimento, no entanto pode, sim, ser perigoso. A exposição de detalhes estratégicos dos governos beneficiam uns, mas vulnerabilizam outros. Mas Palma, Não priemos cânico! Esse conhecimento é valioso demais pra ficar exposto, dentro em breve acharam novas formas de preservar as informações privilégiadas.
O que fica de lição é a idéia de que a própria internet, tal como está, também está sendo suplantada por ela mesma, que se reinventará, nos levando sempre além das fronteiras que ora imaginamos.
Viva ao livre trânsito da informação e esperemos, boquiabertos, o que há de vir dele...

Em tempo: Eu continuo me fazendo essas perguntas e, quase sempre, me respondo que a internet é uma das maiores invenções da humanidade, junto com a pílula e a máquina de lavar (Dá-lhe Pope!!!)


O passado na era digital

quinta-feira, 4 de março de 2010

Começo de ano, pra professor, é um dilema sem fim...
Trabalhando História com a turma mais populosa e agitada da escola, logo pensei que tinha que arranjar um meio de fazer esse povo gostar do que estava vendo.
A idéia??? Ora, Um blog.
A cada semana eles podem contar um pouco do que viram e dar suas impressões sobre o assunto. Esses blogs são uma forma de compartilharem as opniões,tirarem as dúvidas, inserir ferramentas novas à aprendizagem.
Hoje começamos a rodar os blogs de História da Galera do 1º ano. De formas distintas, cada equipe deu um pouco daquilo que eu esperava, tentar compreender e explicar a história.
Quando pequena, achava terrível como a gente tinha que decorar as coisas pra depois colocar pra fora nas provas.
Pasmem, queridos, eu também já fui estudante, kkk.
Hoje, depois de toda uma construção de conceitos pedagógicos, percebo que a educação vai muito além.
Vivemos a era digital e, inegávelmente, esse mundinho é muito atraente. Meus alunos estão fazendo aquilo que já faziam, navegando na rede. No entanto estamos tentando construir, coletivamente, um novo olhar sobre essa conexão estudo-internet. É essa conexão que, espero, vai garantir um ano bacana, onde a expressão das opniões seja possível e a construção dos saberes, prazerosa.

E que venha a HISTÓRIA!!!

Seguem os links pra quem quiser acompanhar nossa aventura. Seja nos textos descolados, reflexivos, de protesto ou classicos, vocês vão ver um pouco do que estamos fazendo por lá...

http://anteesdeontem.blogspot.com

http://maquiinadomiisterio.blogspot.com

http://osflinstones.blogspot.com

TV, Internet e Machado de Assis

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Assim como vários estudantes do Brasil, tive acesso à Machado de Assis através da escola.
Lembro-me que, à época do meu encontro com Machado, eu devo ter sido uma das poucas pessoas da turma que gostaram da leitura. O livro? Dom Casmurro, claro!
Parte dos meus colegas não entendiam como iriam fazer uma ficha de leitura de um livro sem final. Os meninos já fuzilavam Capitu de cara. Traidora, era o veredito!
As meninas, mais condescendentes, achavam que não, que ela era vítima do ciúme do marido.
Ainda hoje, ao chagar ao trabalho, me deparei com uma exposição escolar sobre Machado e sua obra. Como todo evento estudantil haviam muito burburinho, adolescentes correndo aos berros com seus olhares fugindo em namoros discretos (outros nem tanto).
Toda essa introdução foi para lembrar que como boa parte dos brasileiros, estou acompanhando a série inspirada no livro e, devo confessar, ADORANDO!
Achei simplesmente fascinante a linguagem utilizada pra recontar a história. Rápida, sagaz, viva!!
Acho que, no fundo, a história retrata grande parte dos romances que estão por aí, passeando em nosso cotidiano. O encantamento, a luta para viver feliz para sempre, a desconfiaça de que o outro, tão infinitamente fantástico, está sempre além do que merecemos e, portanto, vai acabar encontrando outra pessoa, o ciúme, as dúvidas...
Parece engraçado como temos sempre o hábito de repetir as mesmas histórias, pouco menos dramáticas, claro, no entanto sob a mesma estrutura: Encantamento, veneração, luta por felicidade, ciúmes. Quem de nós nunca viu, ao seu redor, uma história assim, heim?

Voltando à série, de tudo o que tenho visto, duas coisas me chamaram a atenção. Uma delas foi a música tema de Bentinho e Capitu, a sonoridade arrastada, meio MPB meio "Rock medieval", a introdução levíssima. Cheguei a achar, durante as chamadas da série, que seria uma daquelas incurssões de Caetano no Inglês...
A outra coisa foi a atriz, a Letícia Persiles. Uma coisa tem que ser reconhecida: Os olhos da garota parecem que saltaram da página do livro para o mundo real. Sem contar com o excelente trabalho de corpo que ela apresenta em cena. Não sou atriz, mas desconfio que numa obra tão "pesada" como essa (conjunturalmente falando), retratada de forma tão teatralizada, corre-se o risco de tornar-se meio caricata. E caricatura de uma personagem como a Capitu chega à beirar a heresia.
Busquinhas rápidas na net e duas gratíssimas surpresas: Beirut e Manacá.
O primeiro, um grupo americano responsável pela deliciosa Elephant Guns, tema da série. Altamente apreciados na net, tenho o desmérito de reconhecer minha total ignorância sobre a sua existência, bem como a do segundo, um quarteto carioca que tem a Letícia como vocalista. A banda tem um som marcante, uma espécie de rock misturado com música regional, bem ao estilo do Movimento Armorial do Ariano Suassuna. O som dos caras é tão bacana que até parece Pernambucano! (desculpem, não resisti...)
Tenho me esbaldado no My Space esses dias então, dá pra imaginar a felicidade que é ter acesso a tanta coisa bacana que a mídia costuma não divulgar para os reles mortais. No entanto, dessa vez, mordo a lingua. Sabe-se lá quanto tempo eu levaria para ouvir esses sons se não fosse a série? Milênios...
É, caríssimos, Televisão também é cultura, não???

LINKS:

Beirut
http://www.myspace.com/beruit