As três verdades

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A vontade de voltar a ter um blog já existia há algum tempo. Depois de várias desculpas e adiamentos, eis aqui...
Blog feito, template armado e cordel arranjadado (agradecimentos especiais a Xande e Maví), eis que surge a dúvida: Qual vai ser mesmo o assunto do primeiro post???
Como tenho corrido bastante, e desde a ideia da criação desse espaço lí, ouví e ví coisas bem bacanas, fiquei na dúvida e acabei adiando a inauguração.
Hoje, quando lia um texto que minha mãe trouxera da faculdade me deparei com algo interessante. Eram as transcrições de uma conferência onde um educador hindu dizia que a educação vai além dos conceitos formais repassados hoje. Tá, áté aí nenhuma novidade, porém em complemento, ele dizia que a educação se fazia completa com a inserção de uma cultura que se moldava à partir da existência de um fato, uma verdade e uma verdade absoluta. O fato, era aquela pequena verdade mutável. A verdade seria aquilo que não se muda com o tempo e, por sua vez, a verdade absoluta seriamos nós, aquilo que verdadeiramente somos, fazemos e pretendemos. Alguns desses conceitos podem ser discutíveis no que diga respeito a forma como compreendemos a cultura mas não se pode negar uma certa lógica nessa opinião. A diversidade não está no conjunto de idéias geradas por pessoas diferentes, por verdades variadas e fatos tão mutáveis que nos vemos a cada dia com uma gama cada vez maior de expressões de cultura das mais diversas fontes?
Esse texto me remeteu automáticamente à munha última leitura. Por esses dias, fuçando um pouquinho as prateleira da biblioteca municipal (que, diga-se de passagem, possui um acervo bibliográfico que pode ser considerado até surpreendente) encontrei um livro chamado A VIAGEM DE THÉO, um romance sobre as religiões existentes nos vários cantos do mundo, com direito até à um pequeno capítulo sobre o candomblé, ao qual eu faria pequenas observações acerca da descrição do culto e do Brasil, mas que não chegam a estragar o livro. A bem da verdade o livro é até bastante rico, uma leitura de umas 600 páginas que não se mostra, em absoluto, monótona. Nele, a grande lição da história é o respeito à diversidade, a possibilidade de se compreender o mundo dentro da pluralidade nele contida, de se congregar a diferença num todo maravilhoso chamado humanidade.
Ao fim do livro, sensibilizada em parte pela história e em outra por esse clima geral de retorno à nossa espiritualidade que grande parte de nós acaba experimentando com as festas de fim de ano, acabei tomada pelo desejo de compartilhar, diferente daquele piegas de que todo mundo se veste quando se toca nesse assunto. Meu desejo de compartilhar tem, antes de tudo, a cara da comunhão de idéias, de desejos e de ações. Tem as cores da força motriz de idealizar e realizar novos desafios, de dividir os sonhos realizáveis. É assim que eu gostaria de começar a criar esse espaço, com o desejo profundo de que isso vá além dos diarios virtuais, mesmo por que eu ainda acho infinitamente mais charmosos os diários de papel, mas acima de tudo que essa margem do mundo seja o lugar onde nos encontremos para discutir e fazer coisas diferentes tão iluminadas quanto possam ser.
"Há três tipos de verdade – um fato, uma verdade e uma verdade absoluta. Falar como é o que viram é um fato. Suponham que Eu os veja vestindo um traje banco e fale que “estão vestindo um traje branco”, isso conota um fato. Mais tarde, em casa, vocês podem vestir uma camisa azul. Então, o que Eu disse antes não é mais o correto. Portanto, um fato é sujeito à mudança. A verdade, por outro lado, não muda com o tempo. Uma pessoa pode trocar qualquer número de trajes, mas ela permanece a mesma. Assim, a verdade é a mesma em todos os tempos. Eu sempre digo que vocês não são uma pessoa, mas três. Aquela que pensam que são, isto é, o corpo físico. Aquela que os outros pensam que vocês são, isto é, a mente. E aquela que vocês realmente são: o Eu Superior. Vocês são uma combinação de corpo, mente e Eu Superior. Isso é referido como a verdade absoluta nos Vedas. Ela é descrita como: sem atributos, pura, morada final, eterna, imaculada, iluminada, livre e a personificação do sagrado."

2 comentários:

Jussara disse...

Bom...não poderia deixar de comentar seu blog, primeiro porque sabe que sou amostrada e tinha q ser a 1ª. Olha, veja só! Coincidentemente, hoje no trabalho estávamos tentando entender, debater sobre religiões, verdades, dogmas e organização social. Falou-se sobre o verdadeiro papel do trato que certas religiões dão aos movimentos sociais que, na minha opinião, ajudam e contribuem no respeito as diferenças. O fato é que – sem citar qual seria essa religião, por ética ou cuidado – algumas instituições eclesiásticas acabam se fechando e elaborando um discurso restrito, diferente da realidade, da diversidade, das diferenças do meio social. Esses dias, principalmente, ando muito preocupada no que é estabelecido como VERDADE, para qualquer fim e isso foi exposto também pelos “debatedores”: Meu amigo J. Menezes lembrou uma professora dele que dizia que “a verdade é uma construção”. Outras frases surgiram em seguida, essas se tornaram até clichês, como: “o que é verdade pra mim não é verdade pra você”, “não existe verdade absoluta”. Pois então, a verdade de todos pode ser mudada a partir do momento que somos convencidos, com argumentos fundamentados do contrário. Não coloquemos culpa na sociedade para explicar verdades constituídas, isso se chama estereótipo. Quem é ou são a sociedade? Somos nós, seres, criaturas, mulheres e homens capazes de vencer pré-conceitos, discriminações dos quais nos levam só ao atraso, o desrespeito as diferenças, gerando uma sociedade que disputa pra saber quem é mais IGUAL. Quando lhe for indagado quem é a sociedade? Responda que não é um ser inanimado e sim eu, você, todas e todos nós! P. S. O blog está lindo, o texto super sacado. Grandes Cheiros! Juju

Andrea Nascimento disse...

Tipo assim: Dããããããããããããã....

rs, Parabéns pelo Blog, (uffa demorou heim?)breve estarei divulgano o meu blog também....rsrs, outro!
xero e se cuida!

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