Capitães da Areia

domingo, 23 de outubro de 2011

Essa semana tive o prazer de voltar ao cinema pra assistir ao lindo filme de Cecília Amado, Capitães da Areia. 
O filme é baseado no livro homônimo de seu avô, o sempre imortal Jorge Amado.
Devo começar já dizendo que super recomendo. 
Uma das primeiras cenas é a de Vida Boa com uma baiana do acarajé, onde, depois de alguns gracejos, somos brindados com um só podia ser da Bahia. Capitães é assim, só podia ser da Bahia.
O filme se passa na Salvador da década de 30, mas bem que poderia se passar nos dias atuais. Trata de um grupo de garotos que ora oscila encena a maturidade precoce da vida nas ruas, ora revela seu lado infantil nas brincadeiras entre sí. Um forte exemplo disso se dá no tocante a prática da capoeira, esporte que se confunde entre a brincadeira dos meninos e a arma para se livrar da polícia ou resolver suas questões com outros grupos de garotos.
O chefe do grupo é o famoso Pedro Bala, O guardião das regras do trapiche, aquele que por mais que cometa delitos jamais poderia ser o anti-herói. Pedro é uma espécie de lider e pai, responsável por proteger todos os garotos de rua, como aparece num dos diálogos finais do filme. Ao seu lado, como uma espécie de conselheiro, Professor, aquele que entende das letras e que, sem saber, costura toda a trama. É por meio de Professor que Bala conhece Dora, uma menina que mesmo com pouca idade demonstra muita firmeza e é, junto com seu Pedro, responsável pelos mais belos momentos do filme.

Fico na dúvida se Capitães é uma história de amor ou de luta. Aliás, nem fico, posto que, devido ao desenrolar da história (que eu não pretendo contar pra não estragar a surpresa alheia), percebemos que o que fica é a história de Pedro Bala, malandro, ladrão, no entanto fiel seguidor de um código de conduta tão firme que poria muitos cidadãos ilibados no chinelo. Esses capitães são forjados pela luta pela sobrevivência, fato evidente na cena em que Bala afirma não serem filhos de chocadeira ou na que Sem Pernas diz que não tem saudades de apanhar dos pais.
O que fica, amigos, é uma história forte, linda, de um menino que virou um capitão de um barco de meninos-homens, um Peter Pan com seus meninos perdidos, sem o glamour da disney, só com a dura realidade das ruas e muitos sonhos para acalentar.
Um conselho: Assistam e se deixem emocionar...



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